Hoje, na sociedade moderna em que muitos se alimentam mal e fazem poucos exercícios, não é tarefa difícil encontrar uma pessoa com a circunferência da cintura modificada pelo acúmulo de gorduras na região. No entanto, é um fator preocupante, pois, além de agredir a estética e indicar obesidade, também chama a atenção por aumentar o risco de varias doenças, principalmente cardiovasculares, diabetes e hipertensão arterial.
O acúmulo de células de gordura visceral sobrecarrega o funcionamento dos órgãos localizados nesta região, como: fígado, intestino, rins e pâncreas. Isto desencadeia uma série de disfunções no organismo podendo levar a chamada “Síndrome Metabólica”. Nestas condições ocorre uma resistência a ação da insulina (hormônio produzido pelo pâncreas), responsável em remover a glicose sanguínea para o interior das células, a saturação no funcionamento desta glândula, levando a hiperglicemia e assim o Diabetes tipo II. Em contrapartida o fígado, que está bem próximo aos males, de uma forma compensatória começa a produzir glicose, libera substâncias ácidas, desequilibrando mais o equilíbrio do organismo, além de acumular mais gordura e toxinas, não cumprindo plenamente com suas funções vitais, podendo também se instalar a temida esteatose hepática.
Os efeitos da gordura abdominal podem ir muito além da diabete por colocar o organismo em um circulo vicioso. O aumento de glicose no sangue faz com que a produção de insulina também cresça para levar o açúcar ao interior das células. O corpo repete essa tarefa diversas vezes para suprir a necessidade e, consequentemente, contrai os vasos sanguíneos muitas vezes para que circule as substâncias. Entretanto, as contrações freqüentes podem elevar a pressão, implicando em hipertensão arterial.
O colesterol ruim (LDL), substância inflamatória, também é um dos males gerado pela gordura abdominal. Prejudicial, o LDL pode se alojar nos vasos sanguíneos e, inevitavelmente, ocorrer o fechamento da passagem de sangue pelas placas de gordura. Com isso, a probabilidade de resultar em doenças cardiovasculares e, até mesmo, em infartos e derrames pode aumentar.
E por que será que aumentar a circunferência abdominal é mais perigoso e mais fácil do que aumentar no quadril?As células adiposas abdominais são maiores e apresentam taxa de renovação de gordura mais alta que as células adiposas da região do quadril. Os adipócitos abdominais também respondem mais a hormônios e a substancias liberadas a partir da gordura abdominal são absorvidas pela veia porta, e assim, podem ir para o fígado. O aumento da captação de ácidos graxos pode levar a uma resistência à insulina. Já os ácidos graxos livres que foram originados da gordura vinda da região dos glúteos entram na circulação geral e não tem preferência pelo metabolismo hepático.
Aquele pneuzinho na cintura pode ser ruim para a estética, mas é pior para a saúde. Segundo o estudo conduzido pelo Lawson Health Research Institute, no Canadá, a temida gordurinha localizada produz o hormônio neuropeptídeo Y (NPY), que também é fabricado pelo cérebro e tem a missão de aumentar o apetite. Outra ação do NPY é induzir a reprodução das células adiposas, contribuindo na aceleração da obesidade. A maior produção de NPY pode aumentar a vontade de comer. E a grande ingestão alimentar eleva o peso e o depósito de gordura nas áreas em que ela é produzida (no caso, o abdome). Essas regiões são estimuladas pela sua presença, o que aumenta a produção dos hormônios do apetite, e assim sucessivamente, fechando o ciclo.
Vários estudos científicos comprovam que os adipócitos, em especial os localizados no abdome, não são meros depósitos de gordura. São células capazes de sintetizar inúmeros hormônios. Esse mecanismo é evidenciado pelo sistema endocanabinoide, induzido pela ingestão de gordura, que atua no cérebro como estimulador da sensação de prazer proveniente do apetite e do aumento das células gordurosas. Por outro lado, os pneuzinhos são sensíveis aos efeitos benéficos da atividade aeróbica regular. Assim, exercitar-se é um fator positivo para a prevenção e até mesmo para o tratamento da doença.
Como Mudar?
Não tem jeito. Para reduzir a gordura corporal e, de quebra, a gordura abdominal, é preciso mudar os hábitos de vida. E a alimentação, neste caso, divide o mesmo espaço que a inclusão de atividade física com regularidade na rotina. Ter um estilo de vida saudável quer dizer a seguinte soma: comer alimentos saudáveis + fazer atividade física + controle emocional. Isso é o que traz saúde.
É muito importante manter o controle emocional, pois altos níveis de estresse (cortisol elevado) propiciam o acúmulo de gordura abdominal. Tendo esses hábitos em ação no cotidiano, o organismo de cada um encontrará seu equilíbrio, e isso facilitará o processo de emagrecimento. Portanto, para virar esse jogo, é imprescindível que a dieta seja mudada: o cardápio deve ter frutas, vegetais e legumes, cereais integrais, gorduras boas como mono e poliinsaturadas, devem ser recheadas de ômega-3, sementes oleaginosas, óleos vegetais (como o azeite de oliva) e peixes de água fria, além de leguminosas como soja e derivados. Desta maneira, o organismo recebe além de nutrientes para seu pleno funcionamento, muitas fibras e substâncias antioxidantes e antiinflamatórias que previnem e combatem a gordura visceral e suas perigosas conseqüências.
Combata os Processos Inflamatórios
Muitas vezes, você até começa direitinho: incluiu a atividade física regularmente na rotina e diminui as calorias consumidas na alimentação. Mas não vê resultado de imediato, como esperava, e desanima. Isto porque não basta cortar as calorias, o importante é combater a inflamação gerada pela gordura abdominal, com alimentos antiinflamatórios, respeitando as necessidades e individualidades que consequentemente irá ser atingido seu equilíbrio metabolismo e em decorrência o emagrecimento. E esse controle se dá pelo consumo maior de fibras, proteína magra, alimentos integrais, vegetais, frutas e gorduras mono e poliinsaturadas.
*FONTE: http://www.equilibrionutricional.com.br/
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